DISCONNECTED

Desconexão e autossabotagem em "DISCONNECTED" de Chase Atlantic

"DISCONNECTED", de Chase Atlantic, aborda de forma direta o ciclo de autodestruição causado pela depressão e pelo abuso de substâncias. A música não suaviza o sofrimento: versos como “my body is cold, sold my soul” (meu corpo está frio, vendi minha alma) expressam o esgotamento emocional e a sensação de perda de identidade. A repetição de “I feel disconnected” (me sinto desconectado) reforça o distanciamento tanto do mundo quanto de si mesmo. O uso de drogas, citado em “I'm back on molly, lost all good intentions” (voltei a usar ecstasy, perdi todas as boas intenções), aparece como uma tentativa de fuga, mas só aprofunda o sentimento de alienação e falta de controle.

A letra também traz imagens de autossabotagem e violência, como em “I feel sorry for the wall I smash my head against” (sinto pena da parede contra a qual bato minha cabeça) e “Violence is calling, guess who's feeling reckless?” (a violência está chamando, adivinha quem está se sentindo imprudente?), mostrando a luta interna e a desesperança diante do sofrimento. O trecho “No angel's callin', barely forming a sentence / My brain is rottin', no more interventions” (nenhum anjo está chamando, mal consigo formar uma frase / meu cérebro está apodrecendo, não há mais intervenções) indica um estado avançado de deterioração mental, onde até a possibilidade de ajuda já foi descartada. Ao rejeitar qualquer conforto espiritual ou social, como em “Fuck a church or a reverend” (que se dane uma igreja ou um reverendo), a música se firma como um retrato honesto da alienação, do desespero e da sensação de estar irremediavelmente à parte do mundo e de si mesmo.