EMPTY

A luta contra o vazio existencial em “EMPTY” de Chase Atlantic

Em “EMPTY”, Chase Atlantic aborda de forma direta a sensação persistente de vazio interior, mesmo diante de conquistas materiais e tentativas de fuga emocional. A repetição do verso “I feel empty” (“eu me sinto vazio”) reforça a ideia de um ciclo sem fim, em que nada parece ser suficiente para preencher esse sentimento. As menções às cores das pílulas — “red one to express myself” (“a vermelha para me expressar”), “blue one to calm me down” (“a azul para me acalmar”) e “green one doesn’t really do shit” (“a verde não faz diferença nenhuma”) — funcionam como metáforas para diferentes estratégias de escape, todas ineficazes em trazer alívio real. Esse uso das pílulas reflete mecanismos comuns de evasão, como o uso de substâncias, que acabam apenas intensificando a insatisfação e a desconexão.

A música também destaca o contraste entre conquistas externas e o vazio interno. Versos como “New house, new car, I feel empty” (“Casa nova, carro novo, eu me sinto vazio”) e “You win, gold star, I feel empty” (“Você venceu, ganhou uma estrela de ouro, eu me sinto vazio”) mostram que bens materiais e reconhecimento social não são capazes de dar sentido à vida. O isolamento aparece nas relações interpessoais deterioradas: “Old friends turning into strangers” (“Velhos amigos virando estranhos”) e “New friends, they’re becoming dangerous” (“Novos amigos estão se tornando perigosos”). O questionamento dirigido à mãe — “Mama, what’s the reason I feel empty?” (“Mãe, qual o motivo de eu me sentir vazio?”) — revela um desespero genuíno e a busca por respostas. Ao mencionar o uso contínuo de substâncias — “I might pop another, please don’t tempt me” (“Posso tomar outra, por favor, não me tente”) —, a letra sugere um ciclo autodestrutivo. Assim, “EMPTY” retrata de forma crua a luta contra o vazio existencial, mostrando que nem conquistas, nem relações, nem drogas conseguem trazer sentido ou alívio duradouro.