HOURS LOST

Ciclos de autossabotagem e busca por sentido em “HOURS LOST”

A música “HOURS LOST” de Chase Atlantic aborda de forma direta o impacto do vício e da autossabotagem na vida do indivíduo. Logo no início, a frase “wasting my time in the hills” (“desperdiçando meu tempo nas colinas”) sugere um estado de fuga e estagnação, onde o ambiente serve tanto como refúgio quanto como prisão mental. O tema do vício é central, evidenciado pelo uso de “pills” (“comprimidos”) e pela menção à reabilitação: “Had to go to rehab to establish my commitments” (“Tive que ir para a reabilitação para firmar meus compromissos”). A letra amplia esse conceito ao abordar outros excessos, como dinheiro, sexo e poder, mostrando que a autodestruição pode se manifestar de várias formas.

O tom confessional se intensifica quando o artista revela pensamentos suicidas (“almost took my life in the shower, fuck” / “quase tirei minha vida no chuveiro, porra”) e a sensação de vazio (“There's a void in my stomach, can't fill it” / “Há um vazio no meu estômago, não consigo preenchê-lo”). A repetição de “hours lost” (“horas perdidas”) reforça a ideia de tempo desperdiçado, tanto em comportamentos autodestrutivos quanto na busca frustrada por sentido. Trechos como “I close my eyes and I paint in the dark, tracing lines / Lost my focus, lost my drive” (“Fecho os olhos e pinto no escuro, traçando linhas / Perdi meu foco, perdi minha motivação”) expressam a perda de direção. A oscilação entre cinismo e otimismo (“Cynical, but I cycle through optimism, shit” / “Cínico, mas passo por ciclos de otimismo, droga”) revela a instabilidade emocional de quem tenta se reerguer. No fim, a música expõe a dificuldade de romper com o passado e a ansiedade constante, retratando a luta de quem se sente preso, mas ainda busca uma saída.