NO RAINBOWS

Contrastes e vazio em "NO RAINBOWS" de Chase Atlantic

Em "NO RAINBOWS", Chase Atlantic utiliza a frase "there's no rainbows, just white lines" (não há arco-íris, só linhas brancas) para mostrar como a esperança e a felicidade são substituídas pelo vazio dos vícios, especialmente o uso de cocaína. Essa metáfora destaca a crítica à superficialidade e ao hedonismo do cotidiano de Los Angeles, cidade onde, segundo Mitchel Cave, as relações são marcadas por interesses passageiros e falta de autenticidade, diferente das amizades verdadeiras que ele conheceu na Austrália.

A letra revela um ciclo de autossabotagem e busca por prazeres imediatos: "We don't like to make the right decisions (high) / Clearly, we enable our addictions" (Não gostamos de tomar as decisões certas (chapados) / Claramente, alimentamos nossos vícios). O consumo de marcas de luxo, como em "Fendi on our kicks" (Fendi nos nossos tênis) e "hit the Prada store" (vamos à loja da Prada), e a valorização de bens materiais, como "VVS's brighter than our futures" (diamantes mais brilhantes que nosso futuro), aparecem como tentativas frustradas de preencher o vazio existencial. As conexões humanas são frágeis e descartáveis, como em "Your friends don't stay close, just waste time" (Seus amigos não ficam por perto, só perdem tempo). O uso de "Kama Sutra" para falar da troca constante de parceiros reforça a superficialidade das relações. Ao repetir "even though we'll never get to heaven, we sing hallelujah" (mesmo sabendo que nunca iremos para o paraíso, cantamos aleluia), a música ironiza a busca por redenção em um ambiente que só oferece prazeres superficiais e passageiros.