Ozone

Culpa e autossabotagem em "Ozone" de Chase Atlantic

Em "Ozone", do Chase Atlantic, a metáfora central "I'm 'bout to ruin the ozone" ("Estou prestes a destruir a camada de ozônio") vai além de uma referência ambiental. Ela simboliza o processo autodestrutivo do protagonista ao lidar com vícios, especialmente o uso de drogas. Versos como "I'm feeling numb off of all of these xans" ("Estou me sentindo entorpecido por causa de todos esses Xanax") e "I made mistakes with these white lines" ("Cometi erros com essas linhas brancas") — sendo "white lines" uma referência à cocaína — mostram como as drogas funcionam como uma fuga, mas acabam prejudicando sua saúde mental e seus relacionamentos. A camada de ozônio, nesse contexto, representa o limite da autossabotagem, deixando claro que o personagem tem consciência do dano que causa, mas se sente incapaz de interromper esse ciclo.

A música também traz um forte sentimento de culpa e arrependimento, especialmente quando o protagonista admite ter negligenciado alguém importante: "I know you don't understand, I neglected you again" ("Eu sei que você não entende, eu te negligenciei de novo"). O diálogo em francês no início reforça a confusão emocional e a sensação de não merecimento, com frases como "Je mérite mieux que toi, tu sais" ("Eu mereço melhor que você, você sabe") e "Je ne comprend pas, vraiment pas" ("Eu realmente não entendo"). A repetição de "I don't think I'll ever get sober" ("Acho que nunca vou ficar sóbrio") evidencia o desespero e a falta de esperança em superar a dependência. A relação conflituosa com a pessoa amada é marcada por autossabotagem e afastamento: "The same person that I need is the one I'm running from" ("A mesma pessoa de quem preciso é aquela de quem estou fugindo"). Assim, "Ozone" expõe de forma direta a luta interna entre o desejo de mudança e a dificuldade de romper com padrões autodestrutivos, mostrando o impacto do vício na vida e nos relacionamentos.