Meu Bem Quero Te Amar

Romance, bloco e axé no trio em “Meu Bem Quero Te Amar”

“Meu Bem Quero Te Amar”, do Chiclete Com Banana, é uma declaração calorosa que junta romance, reggae e o axé do carnaval baiano. Quando o eu lírico diz “Eu sou camaleão, sou seu amor”, não é só versatilidade afetiva: é um aceno direto ao bloco Camaleão, vínculo histórico entre a banda e seus fãs. A menção ao “reggae” explicita a fusão rítmica que marca a música baiana e o álbum É Festa, de onde a faixa vem; daí o verso “com você… eu danço reggae”. A narrativa é direta: desejo e cuidado — “Meu bem quero te amar”, “Não sou um bicho feio e te dou carinho” — e pedido de presença — “Durma nos meus sonhos pois estou sozinho”. “Me joga teu feitiço” condensa o encanto do flerte e o “feitiço” coletivo do bloco na avenida.

Feita para o corpo e para a multidão, a canção convoca o público como num trio elétrico: “aêaêaê o chiclete chegou/na palma da mão, todo mundo beleza”. O balanço ganha imagem física em “Iôiô, iôiô, no bem bom do balanço eu fico leve”, costurando dança e romance. “Camaleão” guarda duplo sentido: além do bloco, sugere adaptação e entrega ao momento — o amante que se molda ao ritmo e ao desejo do par. A repetição do refrão “Meu bem quero te amar” sustenta a insistência carinhosa e a alegria expansiva do axé, convertendo a confissão amorosa em coro coletivo de festa.