Chicleteiro Eu, Chicleteira Ela

Identidade coletiva em “Chicleteiro Eu, Chicleteira Ela”

Em “Chicleteiro Eu, Chicleteira Ela”, a declaração de amor vira pertencimento coletivo. O mantra “Chicleteiro eu, chicleteira ela” não é só rima: funciona como senha que conecta romance e identidade de bloco, integrando o casal à comunidade de fãs do Chiclete Com Banana no Carnaval de Salvador. Lançada em 1997 no álbum Tabuleiro Musical, a faixa celebra a energia do axé e o vínculo entre artista, público e rua. “Quando eu canto ela vem me amar” soa como chamado de trio elétrico, em que a voz puxa a resposta apaixonada da multidão. O refrão repetido reforça o sentimento de tribo, enquanto “Libera” atua como comando para soltar o corpo, abrir passagem e deixar a alegria correr solta.

As imagens de “cigana” e “sereia” coloram o eixo de amor, parceria e liberdade. “Cigana” sugere vida livre e intuitiva; “sereia” mistura encanto do mar com a “rua”, trazendo o mito para a avenida. Quando a letra diz “Amor, vem namorar!” e “me dá abrigo no seu olhar”, revela cuidado e cumplicidade em meio ao turbilhão festivo, culminando em “vou amar esse amor... do meu carnaval”, que assume o romance como experiência coletiva e festiva. No conjunto, a música é um convite direto para namorar e curtir juntos, costurando paixão e folia numa identidade compartilhada de chicleteiros e chicleteiras.