Saliva Seca

A Resistência e a Autenticidade em 'Saliva Seca' do Chiclete Com Banana

A música 'Saliva Seca' da banda Chiclete Com Banana aborda temas de resistência e autenticidade em um contexto social e cultural. A letra começa com uma série de negações, como 'Negro olha que não dá' e 'Branco olha que não dá', sugerindo uma rejeição a certas atitudes ou comportamentos que não são autênticos ou que não se encaixam na verdadeira essência das pessoas. Essa repetição de 'não dá' enfatiza a necessidade de ser verdadeiro consigo mesmo e de não se deixar levar por influências externas que não ressoam com a própria identidade.

A referência a 'não saia da kaya' pode ser interpretada como um chamado para permanecer fiel às próprias raízes e convicções. 'Kaya' é uma palavra que pode ter múltiplos significados, incluindo uma referência à cultura rastafári e à maconha, mas também pode simbolizar um estado de paz e autenticidade. A música sugere que sair desse estado de autenticidade e paz interior é algo que 'não dá', ou seja, é inaceitável.

A metáfora da 'saliva seca' é particularmente poderosa. A saliva, que é essencial para a fala e a expressão, quando seca, impede a comunicação e a expressão verdadeira. Isso pode ser visto como uma crítica à falta de autenticidade e à superficialidade nas interações sociais. A menção ao 'gosto de mentol' que 'vai pintar' pode ser uma alusão a algo artificial e temporário, contrastando com a necessidade de algo genuíno e duradouro. A música, portanto, é um apelo à resistência contra a superficialidade e à busca pela autenticidade em um mundo cheio de influências externas e pressões sociais.