Pantera Negra Deusa

Orgulho e ancestralidade em “Pantera Negra Deusa” de Daniela Mercury

“Pantera Negra Deusa”, de Daniela Mercury, traz uma mensagem forte sobre a ancestralidade africana e a diversidade do povo brasileiro. Ao afirmar “somos todos filhos da preta, da preta ancestralidade africana”, a música destaca que a origem da humanidade está ligada à África, reforçando a ideia de que o Brasil é resultado da mistura de diferentes povos. A expressão “mãe original do mundo” reforça esse conceito, enquanto o verso “o Brasil é preto, é branco, é negão!” celebra a miscigenação e valoriza a herança negra na identidade nacional.

A canção faz referência a Wakanda, nação fictícia do universo Marvel, como símbolo de força, nobreza e ancestralidade negra. Ao dizer “Wakanda é aqui, Wakanda é no Ilê, Wakanda é Bahia”, Mercury aproxima o universo pop da realidade afro-brasileira, homenageando o bloco afro Ilê Aiyê e a Bahia como centros de resistência e cultura negra. O trecho “Ilê aiyê, filho de Mandela, pantera negra” presta tributo tanto ao bloco quanto a Nelson Mandela, ícone da luta contra o racismo, reforçando o orgulho e a resistência negra.

Apesar do tom celebratório, a música gerou debates sobre apropriação cultural, já que Daniela Mercury, uma artista branca, utiliza símbolos e discursos da cultura negra. Essa discussão mostra a complexidade do tema: ao mesmo tempo em que a canção exalta a ancestralidade africana e promove a união, também levanta questões sobre representatividade e espaço de fala. “Pantera Negra Deusa” se destaca como um manifesto de valorização da negritude e da diversidade brasileira.