Rainha do Axé

Força feminina e ancestralidade em “Rainha do Axé”

“Rainha do Axé”, de Daniela Mercury, celebra a força e o protagonismo feminino ao unir referências da ancestralidade afro-brasileira com figuras marcantes da cultura e da história. A letra destaca mulheres como Gal Costa, Preta Gil, Bibi Ferreira, Simone de Beauvoir, Rita Lee, Maria Bethânia, Irmã Dulce, Dercy Gonçalves, Rachel de Queiroz e a mãe da própria artista, Liliana Mercuri de Almeida. Ao citar Rachel de Queiroz como “a primeira de nós na Academia de Letras”, a música ressalta a conquista de espaços antes dominados por homens. A frase “cada mulher que se impõe, nos liberta” resume o espírito de sororidade e inspiração coletiva que permeia a canção.

Daniela Mercury se coloca como protagonista ao rejeitar papéis passivos, afirmando: “Eu sou de Orixá / Sou a rainha”. Essa declaração conecta sua identidade à religiosidade afro-brasileira e ao axé, gênero musical que ela ajudou a popularizar. Trechos como “Da macumba, de umbanda / A raiz do meu Axé / De Candomblé” valorizam as raízes africanas e a ligação com o sagrado, tema presente no álbum “Vinil Virtual”. A música também faz referência a líderes como Obama, Bob Marley, Martin Luther King, Mandela e figuras do candomblé, ampliando o diálogo entre luta social, cultura negra e espiritualidade.

A letra brinca com a modernidade ao mencionar supermodelos brasileiras e transformar ícones como a “Garota de Ipanema” e Rapunzel, misturando tradição e contemporaneidade. “Rainha do Axé” exalta a diversidade cultural, a energia do axé e a trajetória de Daniela Mercury como símbolo de liberdade, arte e poder feminino no Brasil.