Rotten To The Core

Orgulho e identidade em "Rotten To The Core" dos Descendentes

"Rotten To The Core", dos Descendentes (Disney), transforma o estigma de ser "do mal" em motivo de orgulho para os filhos dos vilões clássicos. O refrão marcante — “I’m rotten to the core” (Sou podre até o núcleo) — é um manifesto de identidade, mostrando que Mal, Jay, Evie e Carlos não querem se encaixar nos padrões dos "bons" ou serem comparados ao "kid next door" (garoto comum ao lado). No contexto do filme, eles cresceram à sombra dos maiores vilões e, em vez de negar suas origens, usam a fama de "problemáticos" como símbolo de autenticidade e proteção.

A letra explora a dualidade entre as expectativas da sociedade e a verdadeira personalidade dos personagens. Trechos como “They say I’m trouble / They say I’m bad / They say I’m evil / And that makes me glad” (Dizem que sou encrenca / Dizem que sou mau / Dizem que sou malvado / E isso me deixa feliz) e “Mirror, mirror on the wall / Who’s the baddest of them all?” (Espelho, espelho meu / Quem é o mais malvado de todos?) fazem referência direta ao universo Disney, mas também ironizam o julgamento dos outros. O espelho, ligado à Rainha Má, é usado para questionar padrões e desafiar a busca por aprovação. Ao se autodenominarem "schemer" (manipulador), "misfit" (desajustado) e "freak" (esquisito), os personagens assumem seus defeitos e os transformam em força, sugerindo que ser diferente é melhor do que se encaixar. Assim, a música se torna um hino de autoaceitação ousada, onde ser "podre até o núcleo" significa ser fiel a si mesmo, mesmo que isso incomode os outros.