Try Try Try

Dor e resiliência em "Try Try Try" de Disiz

Em "Try Try Try", Disiz expõe sua vulnerabilidade ao comparar a dor pessoal com tragédias globais, como o Congo e Gaza. Ao usar versos como “Cœur en lambeaux comme le Congo” (Coração em pedaços como o Congo) e “ma vie en ruine, sans toi sera Gaza” (minha vida em ruínas, sem você será Gaza), o artista mostra como a ausência de alguém amado pode transformar o sofrimento íntimo em algo tão devastador quanto catástrofes coletivas. Essas referências ampliam o impacto emocional da música, conectando o drama individual ao contexto de destruição e caos vividos em diferentes partes do mundo.

A letra alterna entre francês e inglês, o que reforça a ideia de que a dor da perda é universal. Disiz também explora a relação com a mãe desde o nascimento, evocando imagens do parto e do vínculo materno: “Fœtus, j'étais sous son plexus... Quand elle poussa, j'l'ai fendu comme Moussa. Bienvenue dans la dounia” (Feto, eu estava sob o plexo dela... Quando ela fez força, eu a rompi como Moisés. Bem-vindo ao mundo). O medo da separação e do abandono aparece em versos como “Maman j'te jure, j'fais de mon mieux. J'veux pas qu'tu partes, j'veux pas qu'tu m'laisses tout seul dans c'monde en feu” (Mãe, eu juro, faço o meu melhor. Não quero que você vá, não quero que me deixe sozinho neste mundo em chamas). O refrão repetitivo “try, try, try” e “cry, cry, cry” destaca o esforço constante para resistir ao desespero, mesmo quando a alegria parece distante. A performance minimalista no A COLORS SHOW intensifica essa sinceridade, permitindo que dor e esperança coexistam de forma direta e tocante.