O Corcunda de Notre Dame -The Bells Of Notre Dame

Reflexão moral e simbolismo em “O Corcunda de Notre Dame -The Bells Of Notre Dame”

A música “O Corcunda de Notre Dame -The Bells Of Notre Dame”, da Disney, utiliza os sinos da catedral como símbolo da alma de Paris e como testemunhas silenciosas dos conflitos humanos e morais que acontecem sob sua sombra. O refrão “Who is the monster and who is the man?” (“Quem é o monstro e quem é o homem?”) propõe uma reflexão direta sobre a natureza do bem e do mal, questionando as aparências e as ações dos personagens, principalmente Frollo e Quasimodo.

A canção foi criada para explicar a nova origem de Quasimodo na adaptação da Disney, já que Frollo, originalmente arcebispo no romance de Victor Hugo, tornou-se Ministro da Justiça. Isso aparece na letra ao mostrar Frollo como alguém obcecado por “purificar o mundo do vício e do pecado”, mas incapaz de enxergar sua própria corrupção: “And he saw corruption everywhere except within” (“E ele via corrupção em todo lugar, exceto dentro de si mesmo”). A música narra o momento em que Frollo, após matar a mãe de Quasimodo, é confrontado pelo Arcediago e aceita criar o menino, mas apenas sob a condição de mantê-lo escondido, revelando sua hipocrisia. O uso de trechos em latim, como “Kyrie Eleison” e “Dies irae”, reforça o clima sombrio e religioso, conectando a história dos personagens ao peso moral da catedral.

Inspirada musicalmente em Rachmaninoff e evocando o poema “The Bells” de Edgar Allan Poe, a canção mistura grandiosidade e melancolia, estabelecendo o tom dramático do filme. Ao final, a pergunta sobre quem é o monstro e quem é o homem deixa o ouvinte diante de um dilema moral, mostrando que a verdadeira monstruosidade está nas atitudes, não na aparência, e que os sinos de Notre Dame são testemunhas imparciais dessa complexidade humana.