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Sorrow of Sophia

Draconian

Entre queda e luz em “Sorrow of Sophia”, do Draconian

A letra coloca Sophia como ré e redentora: “mother of our prison” (mãe da nossa prisão) e, ao mesmo tempo, “forgiven” (perdoada). O paradoxo vem da cosmologia gnóstica que inspirou Anders Jacobsson — ele citou o impacto de uma palestra de Terence McKenna —, na qual Sophia, princípio da Sabedoria, precipita a criação material e o cativeiro da alma, mas guarda o caminho de retorno. Daí a alternância entre culpa, luto e promessa: “Always weeping for the world” (sempre chorando pelo mundo) e “her eyes torn by guilt” (seus olhos dilacerados pela culpa) sinalizam a queda e o remorso; “we are ascension” (somos ascensão) e “The grandeur of stillness” (a grandeza da quietude) apontam para a possibilidade de elevação pela própria Sabedoria. A canção evoca os Éons em “From the spark of countless eons” (da centelha de incontáveis éons) e a Plenitude/Luz original no “everlasting Sun” (Sol eterno). O motivo do tempo é central: “lulled into matter” (adormecidos na matéria) e “Holding the burden of time” (carregando o fardo do tempo) tratam do aprisionamento nos ciclos; “Shedding the burden of time” (abandonando o fardo do tempo) anuncia o despertar que rompe esse vínculo.

Os símbolos naturais e cósmicos mantêm essa tensão entre criação e cárcere. “We sleep with the tides” (nós dormimos com as marés) e os sussurros “in the fields… trees and stone” (nos campos... árvores e pedra) ligam a dor de Sophia à própria natureza, como se o mundo carregasse seu lamento. “A goddess, concealed in shadow, seducing the stars and the flaming Gaia” (uma deusa, escondida nas sombras, seduzindo as estrelas e a flamejante Gaia) admite dupla leitura: a erotização do ato criador, com a matéria incendiada à vida, ou a sedução que arrasta centelhas divinas ao esquecimento — ambiguidade reforçada por “It broke through the spheres and fed the demons inside” (rompeu as esferas e alimentou os demônios internos), eco das esferas e dos arcontes gnósticos, mas também dos “demônios” psíquicos (culpa, desespero). A voz que diz “I came… to invoke the spirit within you” (eu vim... invocar o espírito dentro de você) opera como mensageira do lembrar gnóstico, convocando a centelha interior diante de “a world about to shatter” (um mundo prestes a se estilhaçar). O próprio Draconian descreveu a faixa como complexa, oscilando entre minimalismo emotivo e riffs pesados, espelhando a passagem da quietude ao estilhaço e convertendo a dor de Sophia em mapa de queda e ascensão.

Composição: Anders Jacobsson / Johan Ericson. Essa informação está errada? Nos avise.

O significado desta letra foi gerado automaticamente.

Enviada por F e traduzida por F. Revisões por 3 pessoas. Viu algum erro? Envie uma revisão.



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