Adoço

Jogo de expectativas e frustração em "Adoço" de Edgar Domingos

Em "Adoço", Edgar Domingos utiliza a gíria angolana "adoçar" para expressar a frustração de quem se sente enrolado em um relacionamento indefinido. Na música, "adoçar" significa dificultar ou adiar, e não tornar algo mais doce, como o sentido literal sugeriria. Ao repetir "tas sempre a me dar adoço", o artista deixa claro o incômodo de lidar com alguém que nunca se decide, sempre postergando o envolvimento real e criando um ciclo de expectativa e decepção.

A letra traz exemplos desse impasse, como promessas de encontros que nunca acontecem e desculpas frequentes. Trechos como “Dizes que vens me ver, mas não atendes quando eu ligo pra ti” e “Meus cambas tão a perguntar quando é que vamos ficar” mostram a ansiedade e a dúvida do eu lírico diante da falta de reciprocidade. Inspirado em conversas com amigos sobre relações sem compromisso, Edgar Domingos aborda o tema de forma leve, misturando desejo, incerteza e um toque de humor. O refrão repetitivo reforça o ciclo vicioso desse jogo de sedução, tornando a música fácil de se identificar para quem já passou por situações parecidas.