O Pão
Eduardo Dusek
Tenho que contar para vocês a história de uma desgraça
A minha desgraça
Falar sobre uma ingrata que me abandonou e que eu amava tanto
E fugira com o meu melhor amigo
Depois, injuriada e abandonada por ele, volta para mim e se oferece
Eu abro a porta e mais uma vez dou uma dentada neste pão
É cumpadi! Só quem sente na carne
Sabe como é bom
Só quem comeu o pão
Que o diabo amassou
Sacou que não é legal
Não é coisa natural
Que deixa um gosto amargo
Que às vezes pede um trago
Para esquecer aquele sabor
De sal
Mas não faz mal
Companheiro! Só quem se marcou a fogo
Realmente viveu
E eu que já estou praticamente quase todo queimado
Ás vezes rio e com a mão no coração
Estendo a outra para levar a boca aquele pão
E eis que a danada mais uma vez me trepudia
Com outro qualquer me abandona
A tripudiada volta aos meu braços
E eu aceito
Esta verdade confesso a vocês
Eu às vezes rio e com a mão no coração
Estendo a outra para levar a boca aquele pão
Não! Não! Não! Por favor!
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