Ni Medo Ni Piedad

Fé e sobrevivência em "Ni Medo Ni Piedad" de Eme MalaFe

"Ni Medo Ni Piedad", de Eme MalaFe, aborda a realidade dura e violenta das ruas, especialmente em contextos marcados por conflitos de gangues. Logo no início, a letra revela uma mistura de espiritualidade e fatalismo: o artista faz orações e pede perdão a Deus e a San Judas, santo conhecido por proteger pessoas em situações desesperadoras. Esse pedido de proteção espiritual aparece em versos como “le quite las balas” (tire as balas dele) e o desejo de não morrer, mostrando que, mesmo cercado pela violência, ainda há espaço para a fé.

A música destaca a inevitabilidade da violência, reforçada pelo refrão: “Si la quieren guerrear, la guerreamos... A cualquiera le entran los tiros” (Se quiserem brigar, nós brigamos... Qualquer um pode levar tiros). A frase “Nacimos muertos” (Nascemos mortos) sugere que os envolvidos já se sentem condenados desde o início, sem esperança de mudança. A letra é direta e sombria, descrevendo ações violentas e estratégias de sobrevivência, como em “Córtale las manos, balacera, levantones” (Corte as mãos dele, tiroteio, sequestros) e “La calle está en guerra, soldados que van a morir” (A rua está em guerra, soldados que vão morrer). Assim, Eme MalaFe retrata não só a dureza da vida marginalizada, mas também denuncia como a violência se torna algo normal e como faltam alternativas para quem cresce nesse ambiente.