A Cada Vento

Reflexões sobre autoconhecimento e esperança em “A Cada Vento”

Em “A Cada Vento”, Emicida explora o autoconhecimento como um processo contínuo, marcado por incertezas e descobertas. A metáfora central, “Vou me perder, vou me encontrar, a cada vento que soprar”, mostra que se perder faz parte do caminho para se reencontrar, e que cada novo desafio é uma oportunidade de mudança e crescimento. A travessia do mar, usada como símbolo, reforça essa jornada pessoal. Composta em 2004, a música reflete um momento de busca interna do artista, e o refrão, interpretado por Paulo, destaca a esperança e a renovação presentes na mensagem da canção.

A letra valoriza o cotidiano e a importância de aproveitar cada dia como uma chance de ser melhor, comparando o nascer do sol ao olhar da filha, o que traz à tona a beleza e a inocência da vida. Emicida também alerta para o risco de perder a identidade e os sonhos diante das pressões do dia a dia, como em “Vários trocou sorriso por dim, hoje tão vagando nas multidão / Sem rosto, na boca o gosto da frustração”. Ao mesmo tempo, ele ressalta a honestidade, a clareza de propósito e a conexão com as raízes, homenageando a mãe e expressando o desejo de proporcionar uma vida melhor para os seus. O verso “Com meus fones de ouvido duvido que a matrix me alcance” indica a busca por proteção e autonomia diante das pressões externas, enquanto as referências aos orixás reforçam a fé e a espiritualidade como fontes de força. No fim, “A Cada Vento” é um convite à perseverança, autenticidade e à busca constante por sentido, mesmo diante das adversidades.