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Crisântemo

Emicida

LetraSignificado

    Ele bebeu, bebeu tipo vencedor
    E depois riu, riu como o Bira do Jô
    Cumprimentou todo mundo à la vereador
    E subiu o morro estilo viatura

    Ele nos deu, nos deu, toda a fé de um pastor
    Depois sumiu, sumiu, deixando só a dor
    Ignorou o aviso, devagar com o andor
    Flertou por sobre a vida dura

    Trafegou aéreo, dançou sério, pala
    Serpente rasteja, credo, pobre mestre sala
    O cigarro no bolso, barro, Für Elise embala
    No solo onde impera, qualquer bonde é vala
    Vai, toma outro drink, se é o que lhe resta
    Toma outro drink, a vida é uma festa
    E viaja Amyr Klink, faz eterna tua sesta vai
    Nem deu tempo pra dizer, bye bye

    E a vida é só um detalhe, a vida é só um detalhe
    A vida é só um detalhe, a vida é só um detalhe
    É tudo, é nada, é um jogo que mata, é uma cilada
    A vida é só um detalhe, a vida é só um detalhe!

    Padeceu, desceu, como na seca a flor
    E nóiz seguiu, seguiu, juntando o que restou
    Uns retrato, disco, foi morar de favor
    Bem quando vi que o mundo é sem, calma

    Aconteceu, teceu, como Deus desenhou
    E o que surtiu, surgiu um peito sofredor
    Era rato, bicho, mofo, fedor, mais saudade
    Que é sentir fome com a alma

    E na ceia migalhas, no júri mil gralhas
    Não jure, quem jura mente, pra sempre, fé falha
    Vida, morte, números, ã de neguinho
    Aqui é cada um com a sua coroa de espinho
    Me diz qual a sua droga, TV, erva?
    Ã qual a sua droga, solidão, cerva?
    Onde você se esconde, onde se eleva em?
    O que é seu em terra de ninguém?

    E a vida é só um detalhe, a vida é só um detalhe
    A vida é só um detalhe, a vida é só um detalhe
    É tudo, é nada, é um jogo que mata, é uma cilada
    A vida é só um detalhe, a vida é só um detalhe!

    Era dia de Cosme
    Madrugada
    Chovia lá fora
    De repente alguém chama
    Jacira, sou eu, Luiz
    Pressenti
    Miguel morreu
    O que mais poderia ser?
    Além do mais, meu coração já estava apertado
    Prevendo desgraça
    Na festa do terreiro, a certa hora
    O Erê subiu
    E quem desceu foi seu Sultão da Mata
    Me chamou disse
    Pegue os meninos
    Vá pra casa
    Disse "Prepare o coração e seja forte, vá!"
    Levantei, abri a porta e a desgraça se confirmou
    Uma briga, o tombo
    Seu Zé do Doce socorreu
    Seu Zé é a representação do Estado no Jardim Fontalis
    Talvez ainda até hoje
    Notícia pra dar, vaquinha pra enterrar
    Domingo
    Justo eu, que me criei sem pai
    Perder o pai já é uma tragédia
    Perdê-lo na infância é sentir saudade
    Não do que viveu, mas do que poderia ter vivido
    O enterro, a volta
    O olhar do menino marejando, pensando longe
    Sem entender
    E o meu coração apertado, sem conseguir explicar
    O tempo foi encaixando tudo
    Os pertences dele sempre no mesmo lugar
    O velho chinelo abandonado respondem
    Ele não vai voltar
    Os dias são escuros mesmo com Sol quente
    O silêncio de Miguelzinho cala
    Cada vez mais fundo no peito da gente
    Quando o pai morre, a gente perde a mãe também
    Eu já sabia o que era isso
    Como pode alguém morrer no mesmo dia que nasceu

    Composição: Dona Jacira / Emicida. Essa informação está errada? Nos avise.
    Enviada por Malu. Legendado por Maiara. Revisão por Flávio. Viu algum erro? Envie uma revisão.

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