Criminal

Provocação e crítica social em “Criminal” de Eminem

Em “Criminal”, Eminem assume de forma provocativa o papel de vilão que seus críticos lhe atribuem, usando a música para expor a hipocrisia da sociedade. Logo no início, ele ironiza a ideia de que suas letras refletem suas ações ou crenças reais, deixando claro que a persona "CRIMINAL" é uma resposta direta a quem o julga sem distinguir arte de realidade. Trechos como “My words are like a dagger with a jagged edge... hate fags? The answer's 'yes'” (Minhas palavras são como uma adaga com uma lâmina serrilhada... odeio gays? A resposta é 'sim') são usados de forma satírica para criticar tanto a cultura do rap de batalha quanto a tendência do público de interpretar tudo literalmente. Eminem já explicou publicamente que essas expressões não refletem sua opinião pessoal, mas sim a linguagem comum do rap e uma crítica à sensibilidade seletiva do público.

A música também aborda traumas pessoais, como em “My mother did drugs... that baby was me” (Minha mãe usou drogas... aquele bebê era eu), sugerindo que sua rebeldia é resultado de um ambiente familiar disfuncional. Ao longo da faixa, Eminem desafia autoridades, normas sociais e figuras públicas, zombando de professores, religiosos e até do então presidente. Ele deixa claro que não se submeterá à censura, como em “You can't stop me from topping these charts... and you can't stop me from dropping each March with a brand new CD” (Você não pode me impedir de liderar as paradas... e não pode me impedir de lançar um novo CD todo mês de março). O refrão reforça que ser chamado de "CRIMINAL" está mais ligado à sua coragem de dizer o que outros não dizem do que a seus atos. O humor ácido, os trocadilhos e a teatralidade do alter ego Slim Shady servem para questionar se a sociedade realmente quer ouvir verdades incômodas ou apenas procura um bode expiatório para seus próprios tabus.