Solare

A saudade e a luz em "Solare" de Esperón

Em "Solare", Esperón utiliza o sol como metáfora central para expressar a intensidade da saudade. A pessoa amada é retratada como a fonte de luz e calor do narrador, e sua ausência transforma tudo em escuridão. O verso “El día que te fuiste / Fue la última vez que salió el Sol” (O dia que você foi embora / Foi a última vez que o Sol apareceu) deixa claro como a partida da pessoa amada tirou o brilho e a vitalidade da vida do eu lírico, reforçando o vazio existencial causado pela perda. O uso intencional dessa metáfora é confirmado pelo contexto da canção, em que o sol representa a pessoa amada e a escuridão simboliza o luto e a solidão.

A repetição do termo carinhoso “Solecito” aprofunda o tom melancólico, mostrando não só a falta física, mas também a necessidade de um pequeno consolo, como um “rayito” (raiozinho), para guardar como lembrança. A letra também aborda como a dor da saudade distorce a percepção do tempo, como em “Los días que han pasado son años quizás / No sé, no los puedo contar” (Os dias que passaram são anos talvez / Não sei, não consigo contar). O trecho “Si te apagas, mi universo se apaga contigo” (Se você se apaga, meu universo se apaga com você) amplia a metáfora para o universo inteiro, sugerindo que a ausência da pessoa amada desestabiliza tudo ao redor do narrador. Por fim, a lembrança de um passado feliz contrasta com a escuridão do presente, reforçando que, mesmo distantes, ambos seguem conectados pela saudade, como “dos estrellas destinadas a extrañarse para siempre” (duas estrelas destinadas a sentir saudade para sempre).