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Acordei de marrom, cabelos vermelhos
Barulhos de copos, risadas à toa
Cinzas de cigarro, um brilho que cai
Te vejo no fundo, perdendo olhares

Subo no palco, luzes se acendem
Centro do mundo, olhares dispersos
Sons que completam, palavras da alma
Poesia que voa, nuvem desaparece

E hoje, eu peço
Pra noite ser doce comigo
E hoje o sonho não morre
E hoje meninos não crescem

Eu sei que quando meu peito aquece
Um olho me segue, mas dele eu fujo
A boca que eu quero seduz outro rio
Sonhava ser teu, me perco na sorte

Eu falei que você nunca mais me teria
Eu falei que você nunca mais amaria
Mas a Lua tropeça, e a flor envelhece
Mas a pedra se quebra, e a água escorre

E hoje, eu peço
Pra noite ser doce comigo
E hoje o sonho não morre
E hoje meninos não crescem

Cara ou coroa, branco ou preto
Forte ou fraco, alto ou baixo
Em pé ou deitado, na água ou areia
Quente ou frio, claro ou escuro

E hoje, eu peço
Pra noite ser doce comigo
E hoje o sonho não morre
E hoje meninos não crescem

E hoje, eu peço
Pra noite ser doce comigo
E hoje, eu peço
Pra noite ser doce comigo

Mas a imagem se apaga, e a fagulha incendeia
O olho se fecha, e a pele arrepia
Olhares se perdem, meninos não crescem
Olhares se perdem, meninos não crescem
Meninos não crescem

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