Il Bombarolo

A Revolta e a Solidão do Bombarolo de Fabrizio De André

A música "Il Bombarolo" de Fabrizio De André é uma narrativa poética e crítica que explora a mente e as motivações de um homem que se dedica ao terrorismo como forma de expressão política e pessoal. A letra começa com o protagonista desmentindo rumores de que ele odeia seu trabalho, revelando, ao contrário, um amor quase obsessivo pelo uso de explosivos. Essa dedicação ao tritolo (explosivo) é uma metáfora para sua busca por uma forma de poder e controle em um mundo que ele sente ser opressor e injusto.

O protagonista se descreve como um "Pinóquio frágil", uma figura artesanal em contraste com os dispositivos industriais, sugerindo uma luta individual contra forças maiores e mais organizadas. Ele se vê como um "bombarolo", um termo que pode ser traduzido como "bombardeador" ou "terrorista", mas que também carrega uma conotação de alguém que age fora das normas sociais e políticas estabelecidas. A música critica a sociedade contemporânea, onde o terror e o medo são onipresentes, e onde a violência é uma resposta à opressão e à alienação.

De André também critica os intelectuais e profetas da revolução, chamando-os de "idiotas de amanhã" e afirmando que ele não precisa de suas lições. O protagonista decide agir por conta própria, buscando inimigos que são distantes para os outros, mas muito reais para ele. A música culmina com uma cena trágica e irônica, onde o bombarolo, esperando provar seu talento com uma explosão no parlamento, acaba destruindo um quiosque de jornais. A imagem final é a de sua amada, que aparece em todos os jornais, simbolizando sua solidão e fracasso. A música é uma reflexão profunda sobre a desesperança, a revolta e a busca por significado em um mundo caótico e injusto.