Estrada da Dor 666

A dura realidade do crime em “Estrada da Dor 666”

“Estrada da Dor 666”, do Facção Central, apresenta uma visão direta e sem rodeios sobre a vida no crime, rejeitando qualquer tipo de glamourização. O número “666” no título reforça a ideia de um caminho amaldiçoado, associado ao mal e à perdição. O refrão repetido, “na estrada da dor é só caixão descendo nas cordas”, destaca o destino trágico e inevitável de quem escolhe essa trajetória, mostrando que a morte e o sofrimento são consequências constantes.

A letra traz relatos de experiências pessoais e coletivas, como a infância marcada pela falta de oportunidades e o desejo de ascensão rápida, que acabam levando ao envolvimento com crimes como assaltos e fraudes. No entanto, a música deixa claro que esse caminho só traz consequências devastadoras, como nos versos: “Não valeu perder os dentes no taco de beisebol / Choque no pinto, matar por um banho de Sol”. A referência ao filme “De Volta para o Futuro” aparece em “Queria imitar o Michael J. Fox no De Volta Pro Futuro / Voltar no tempo e evitar muita dor e luto”, expressando arrependimento e o desejo de mudar escolhas do passado. A ausência de apoio nos momentos mais difíceis é evidenciada em “Mas na UTI entubado, cadê sua gangue? / Nem a puta que falou te amo vai doar sangue”. O uso do sample de “Peccato D’Amore” reforça o clima sombrio da faixa, intensificando a mensagem de que o crime é uma estrada sem volta, onde a única certeza é a dor e a morte. A música funciona como um alerta realista, valorizando a liberdade e a vida simples diante da ilusão de poder e riqueza fácil.