Castelo Triste

Superação e crítica social em "Castelo Triste" do Facção Central

Em "Castelo Triste", o Facção Central utiliza referências a figuras como Beethoven, Stevie Wonder e Stephen Hawking para desafiar o preconceito social contra pessoas com deficiência. No trecho “Aí cuzão preconceituoso, Bethoveen era surdo / Steve Wonder é cego e encanta o público / Depois de Einstein, o físico mais brilhante do planeta / Stephen Hawking, o matemático preso numa cadeira”, a música mostra que limitações físicas não impedem conquistas extraordinárias. Essa escolha reforça a crítica à sociedade que valoriza apenas o corpo perfeito e marginaliza quem foge desse padrão.

A letra adota um tom direto e doloroso ao retratar o cotidiano de quem vive com deficiência física. Passagens como “É humilhante você me limpando, trocando minha roupa / Me dando banho, comida, água na boca” e “O mundo cultua a idolatria do corpo perfeito / Joga no hospital psiquiátrico humano com defeito” evidenciam sentimentos de exclusão, revolta e frustração. A música também denuncia o descaso institucional, como em “O estagiário que atende como clínico geral / Receita pra leproso: AAS e Melhoral” e “Esperei 18 horas o rabecão”. O “castelo triste” simboliza o isolamento e sofrimento do personagem, enquanto a “ponte levadiça” representa a esperança de escapar desse ciclo, seja pela morte ou por uma libertação emocional. O pedido final para que coloquem o “agasalho da Gaviões” no caixão reforça a humanidade do personagem, mostrando que, apesar de toda a dor, ele mantém sua identidade e laços afetivos até o fim.