Isso Aqui É Uma Guerra

A denúncia social e a luta por respeito em “Isso Aqui É Uma Guerra”

“Isso Aqui É Uma Guerra”, do Facção Central, retrata de forma direta a realidade violenta das periferias brasileiras, destacando a desigualdade social e a exclusão enfrentadas por quem vive à margem. A letra não glorifica o crime, mas o apresenta como uma reação desesperada à falta de oportunidades, como fica claro no verso: “o livro não resolve, o Brasil só me respeita com um revólver”. O revólver, nesse contexto, simboliza a única forma de reconhecimento em um sistema que nega dignidade e direitos básicos à população pobre.

A música também reflete o contexto de censura e polêmica enfrentado pelo grupo, reforçando que o objetivo do Facção Central é denunciar uma realidade ignorada pelo Estado e pela sociedade, e não fazer apologia ao crime. Versos como “a fome virou ódio e alguém tem que chorar” e “exige seus direitos com o sangue da vadia” mostram como a violência surge da fome, do abandono e da ausência de políticas públicas. Metáforas como “o cofre versus a escola sem professor” ilustram a escolha forçada entre o crime e a miséria, enquanto a referência ao “357” denuncia a hipocrisia de um país que oferece a arma como única alternativa para os pobres. Ao repetir “isso aqui é uma guerra”, a música resume a luta diária por sobrevivência, respeito e justiça nas periferias.