D.U.T.U.M.O.B. (part. Shadow)

Orgulho coletivo e autenticidade em “D.U.T.U.M.O.B.” de Filipe Ret

“D.U.T.U.M.O.B. (part. Shadow)”, de Filipe Ret, é uma faixa que exalta o orgulho de fazer parte do coletivo Tudubom, transformando a música em um manifesto de identidade e pertencimento. O título, uma sigla para “Tudubom”, já deixa clara essa ligação. Ao longo da letra, Filipe Ret e Shadow reforçam suas raízes no rap e na música negra, citando nomes como James Brown e Sabotage, além de fazer referência direta à música “It’s a Man’s Man’s Man’s World” (“É um mundo de homens”), mostrando respeito à tradição e ao mesmo tempo se colocando como inovadores dentro desse cenário. A menção ao livro “O apanhador no campo de centeio” traz à tona uma postura questionadora e rebelde, alinhada ao tom provocador da música.

A letra valoriza a individualidade e a recusa em seguir padrões impostos, como nos versos “Sem padrinho... rá... sem patrocínio” e “Louco: esse é o rótulo que eles me dão / Quando não conseguem mais acompanhar meu raciocínio”. Ret transforma críticas e inveja em inspiração, como mostra o trecho “Invejosos ficam bolados / Mas se soubessem o quanto me inspiram, ficariam do meu lado”. O refrão “Vem que tem... maravilha... / Só vivaz... na tudubom...” convida quem compartilha dessa visão a se juntar ao coletivo, enquanto ironiza expectativas sociais ao valorizar a ousadia. A música também destaca a importância da coletividade e da lealdade, como em “Família, afinidade, valor, amizade natural / Tamujunto, vamo até o final”, e incentiva a coragem de viver intensamente: “Escolhi viver por algo que vale a pena morrer / Eu vim pra zoar, degustar o presente”. Assim, “D.U.T.U.M.O.B.” se firma como um hino à liberdade artística, à autenticidade e à força do coletivo.