Minha Tribo

Pertencimento e fuga em "Minha Tribo" de Filipe Ret

Em "Minha Tribo", Filipe Ret utiliza a inversão fonética na frase “Sou, nhami botri e a datevon de girfu” para demonstrar criatividade e, ao mesmo tempo, simbolizar a confusão mental causada pelo vício. Essa inversão, que embaralha “Sou minha tribo e a vontade de fugir”, reforça a sensação de alienação e o desejo de escapar de uma realidade opressora, marcada pela dependência química e ambientes degradados. Isso fica evidente em versos como “Num entra e sai de viciado constante” e “Não aguento mais esse lugar sujo”, que retratam o cotidiano difícil de quem vive à margem da sociedade.

A letra apresenta um cenário sombrio, misturando imagens de caos urbano, violência e rebeldia, como em “Bombeiros e PM's, sirenes, cheiro de caos no ar” e “Vestidos de palhaços a gente faz o pandemônio”. O refrão “Eu sou, minha tribo / E a vontade de fugir” resume o conflito do narrador: ele se sente parte de um grupo marginalizado, mas também quer escapar desse ciclo. A produção de TerrorDosBeats contribui para a atmosfera densa da música, tornando "Minha Tribo" um retrato honesto da luta interna contra o vício e da busca por identidade em meio ao caos.