A Linha e o Linho

O amor cotidiano em "A Linha e o Linho" de Gilberto Gil

Em "A Linha e o Linho", Gilberto Gil utiliza a metáfora do bordado para retratar a construção de uma vida a dois. Ele se apresenta como o linho e sua esposa Flora como a linha, sugerindo que o amor se constrói no dia a dia, com cada gesto e experiência sendo "bordados" juntos, ponto a ponto. A agulha, descrita como "do real nas mãos da fantasia", simboliza a capacidade de transformar sonhos em realidade, costurando a rotina com imaginação e carinho.

A letra valoriza tanto os desafios quanto as alegrias da convivência, como no verso "O zig-zag do tormento, as cores da alegria", mostrando que as dificuldades e os momentos felizes fazem parte do relacionamento. Gil amplia a metáfora ao citar elementos do lar e da natureza – "nossa colcha de cama, nossa toalha de mesa", "a casa, a estrada, a correnteza, o sol, a ave, a árvore, o ninho da beleza" –, indicando que o amor está presente em todos os aspectos da vida compartilhada. O contexto de homenagem à esposa reforça o tom íntimo da canção, tornando-a uma celebração sensível da parceria, da compreensão e da construção conjunta de um caminho cheio de significado.