Madrugada
Glênio Fagundes
Levantei
Recém clareava
Sanga da pipa na jarra
Riquezas do dia a dia
Crismei o sonho da lida
Na bacia de água clara
Depois enxuguei a cara
Com toalha de com dia
Piso de chão batido
Ritual capricho em baile
Na vassoura de guanxuma
A porta do rancho aberta
Emoldurando alvorada
Vejo vultos na canhada
Bebendo apojo da noite
Nos pastos da madrugada
Secando silêncio dos mates
No ronco do chimarrão
O choro acha de lenha
Põem saudade do fogão
Consciência que integra a vida
No claro ou na escuridão
Por entre tantas riquezas
Desconhece a solidão
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