The Art Of Dying

Desapego e impermanência em "The Art Of Dying" do Gojira

Em "The Art Of Dying", do Gojira, a letra destaca a importância do desapego e da aceitação da impermanência como caminhos para a transcendência. Versos como “I won't bring no material in the after life” (Não levarei nada material para a vida após a morte) e “Take no possessions, I would rather travel light” (Não leve posses, prefiro viajar leve) deixam claro que a música se inspira em conceitos budistas de renascimento e desapego. A canção também utiliza imagens como “mechanical heartbeat” (batida cardíaca mecânica) e “hybrid empty brain” (cérebro híbrido vazio) para mostrar como a rotina moderna pode afastar as pessoas de experiências autênticas e do contato com a própria mortalidade.

A letra aborda ainda a crise existencial e o medo do desconhecido, sugerindo que se preparar para a morte exige um trabalho interno constante. Isso aparece em versos como “Art of dying, is the way to let all go / Within I practice in the secret of my soul” (A arte de morrer é o caminho para deixar tudo ir / Pratico isso no segredo da minha alma). Já o trecho “I'm of this kind that kills all day / But I don't know yet how to die” (Sou do tipo que mata o dia todo / Mas ainda não sei como morrer) pode ser entendido como uma metáfora para a luta diária e a dificuldade de aceitar o fim. Assim, a música propõe que aprender a morrer é, na verdade, aprender a se desapegar, enfrentar o medo e valorizar tanto a vida quanto a morte, refletindo a visão do vocalista Joe Duplantier sobre a importância de superar o medo da morte e abraçar a impermanência.