Alright

Vulnerabilidade e fuga emocional em "Alright" de Gracie Abrams

Em "Alright", Gracie Abrams aborda de forma direta e sensível os desafios da saúde mental, especialmente a tendência de evitar o enfrentamento dos próprios sentimentos. Em versos como “I still avoid medication / I'd rather take a vacation” (Ainda evito medicação / Prefiro tirar férias), a artista revela como prefere buscar distrações superficiais, como viagens ou compras, em vez de lidar com a ansiedade de forma mais profunda. Essa escolha, segundo Gracie em entrevistas, reflete um ciclo de fuga e arrependimento, mostrando como essas soluções temporárias não trazem satisfação duradoura.

A música explora sentimentos de vulnerabilidade e incerteza, evidentes em trechos como “I don't know if I'll be alright / someone tell me it gets better” (Não sei se vou ficar bem / alguém me diga que melhora). Imagens como “fall asleep under the palm trees” (adormecer sob as palmeiras) e “down a whole bottle of whiskey” (virar uma garrafa inteira de uísque) ilustram o desejo de alívio e a tentativa de anestesiar a dor emocional. Já frases como “What if I never move out? / I'd live in the basement my whole life” (E se eu nunca sair de casa? / Eu moraria no porão a vida toda) e “burn my emergency contact” (queimar meu contato de emergência) expõem o medo do futuro, a sensação de estagnação e pensamentos autodestrutivos. A produção da faixa, pensada para refletir o estado mental de Gracie, reforça a atmosfera de confusão e a busca por esperança, tornando "Alright" um retrato honesto das lutas internas de quem convive com ansiedade.