Best

Culpa e vulnerabilidade em "Best" de Gracie Abrams

Em "Best", Gracie Abrams faz uma confissão honesta sobre suas falhas em um relacionamento, assumindo total responsabilidade pelo fim da relação. A repetição do verso “I never was the best to you” (Eu nunca fui a melhor para você) funciona como um mantra de culpa, deixando claro que ela reconhece seus próprios erros. Abrams detalha comportamentos prejudiciais, como mentir repetidamente e se afastar emocionalmente: “Used to lie to your face / Twenty times in a day / It was my little strange addiction” (Costumava mentir para você / Vinte vezes por dia / Era meu pequeno vício estranho). Esse nível de autocrítica é raro em canções sobre términos, já que a artista não busca desculpas externas, mas sim admite sua parcela de culpa de forma direta e vulnerável.

A produção minimalista de Aaron Dessner reforça a atmosfera íntima da música, aproximando o ouvinte da dor e do arrependimento expressos por Abrams. Trechos como “You're the worst of my crimes” (Você é o pior dos meus crimes) mostram que ela considera não valorizar quem a amava como seu maior erro. Já “I thought: Good riddance” (Pensei: Que bom que acabou) revela um distanciamento inicial, que agora é visto com arrependimento. A frase “Now, I feel terrible 'bout how I handled it / And now, I, now I bet you resent / All of me, all of it, angry, blocking me over the internet” (Agora, me sinto péssima sobre como lidei com isso / E agora, aposto que você sente rancor / De mim, de tudo, com raiva, me bloqueando na internet) destaca as consequências emocionais e o afastamento digital, algo muito presente nos relacionamentos atuais. "Best" se destaca pela honestidade e coragem de Gracie Abrams em expor sua própria negligência, criando um retrato sensível de culpa e arrependimento.