Flores Na Escuridão
Gustavo Ǥoulart
Eu quis ser a mudança que nunca se fez
Entre rosas e espinhos, soube que talvez.
O mais foi menos, descobrindo pouco a pouco o chão.
Já não procuro mais amores na televisão.
O teu perfume é neutro e não tem direção
Embora a boca rogue tanto pela perfeição.
A voz que rega as flores no mesmo jardim
Sequer te encontra pra propôr um fim.
E a poesia toma conta do meu coração
Pra te dizer que o florescer se encontra em tuas mãos.
E a cada passo solto de sublimação
A luz se apaga e somos flores na escuridão.
Não há nenhum lugar
Onde os espinhos não vão te cortar
Se o mal que te matar
For um jardim gritando pra desabrochar.
Teto de vidro que não escurece
(Estrelas plásticas te enobrecem)
A chama acende mas se adormece
(E o teu Jardim de Eden nunca cresce)
E a poesia toma conta do meu coração
Pra te dizer que o florescer se encontra em tuas mãos.
E a cada passo solto de sublimação
A luz se apaga e somos flores na escuridão.
E agora eu sei porque
Não voltaria atrás
Pra te dizer, talvez
Precise de um porém
Pra resgatar em nós
Um outro eu também.
E a poesia toma conta do meu coração
Pra te dizer que o florescer se encontra em tuas mãos.
E a cada passo solto de sublimação
A luz se apaga e somos flores na escuridão.
E a poesia tomou conta do meu violão
Pra eu te dizer que o florescer já teve em tuas mãos
E a cada passo firme de sublimação
A luz se acende e não passamos de pétalas no chão.
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