Chalana

A saudade e o Pantanal em “Chalana” de Gusttavo Lima

Em “Chalana”, Gusttavo Lima resgata a tradição da música pantaneira ao transformar a imagem da embarcação navegando pelo rio Paraguai em um símbolo de saudade e perda. A inspiração para a canção veio de uma experiência real de Mário Zan, que observou as chalanas em Corumbá e traduziu esse cenário em uma metáfora para a partida de um amor. A letra destaca a dor de quem vê o ser amado ir embora, sem despedidas, levado pelas águas tranquilas: “Oh! Chalana sem querer, tu aumentas minha dor, nessas águas tão serenas vais levando meu amor”. O contraste entre a calmaria do rio e a angústia do narrador reforça o sentimento de nostalgia e arrependimento, especialmente quando ele admite: “Fui ingrato, eu feri o seu meigo coração”.

A chalana, mais do que um simples meio de transporte, representa a distância crescente e o peso da culpa. A regravação de Gusttavo Lima, especialmente em apresentações realizadas no próprio Pantanal, valoriza ainda mais a conexão entre a música, a paisagem e a cultura regional. Assim, “Chalana” permanece atual ao unir emoção, simplicidade e tradição, consolidando-se como um clássico que expressa a essência do Pantanal e os sentimentos universais de perda e saudade.