Take me back

Memórias e juventude em "Take me back" de HAIM

Em "Take me back", HAIM transforma lembranças simples e até constrangedoras em símbolos de liberdade e autodescoberta. A letra mistura situações cotidianas, como “Molly took a shit in the back of the truck / Didn't even notice she was too cooked up” (Molly fez cocô na traseira da caminhonete / Nem percebeu, estava chapada demais), com confissões sinceras sobre paixões, erros e inseguranças. Isso cria um retrato honesto e divertido da adolescência, marcado por caos, espontaneidade e crescimento. O contexto das irmãs – todas solteiras e relembrando histórias do passado – explica o tom nostálgico e a escolha de episódios que, à primeira vista, parecem bobos, mas que, revisitados, ganham valor emocional.

O refrão repetido, “Take me back” (Me leve de volta), expressa o desejo de reviver não só os bons momentos, mas também as incertezas e impulsividades que ajudaram a moldar quem elas são. Versos como “All of my friends are locked out still in love / And all my lovers are locked in time” (Todos os meus amigos estão trancados lá fora ainda apaixonados / E todos os meus amantes estão presos no tempo) mostram como relações e experiências ficam no passado, mas permanecem vivas na memória. Ao citar lugares e situações específicas, como “Take me back to clay street / Looking for a place to park / In an empty parking lot / Just so you could feel me up” (Me leve de volta à Clay Street / Procurando um lugar para estacionar / Em um estacionamento vazio / Só para você me agarrar), as irmãs convidam o ouvinte a mergulhar nessas memórias. A música celebra a juventude sem idealizá-la, reconhecendo que até os erros e loucuras têm papel fundamental na formação da identidade.