The End

Vulnerabilidade e esperança em "The End" de Halsey

Em "The End", Halsey expõe de forma direta e sensível sua experiência com doenças graves, como lúpus e leucemia, usando a música para transformar vivências pessoais em uma reflexão sobre fragilidade e esperança. Logo no início, versos como “há veneno no meu cérebro e no meu sangue” deixam claro o impacto físico e emocional dos diagnósticos, trazendo à tona o medo da finitude e a busca por apoio. A canção alterna entre a exposição da vulnerabilidade e a esperança depositada no amor, como em “quando te conheci, achei que era mercadoria danificada” e “finalmente encontrei um amante que é melhor para o meu fígado e agora vou finalmente me recuperar”. Nesses trechos, Halsey sugere que o relacionamento funciona como um refúgio e até mesmo uma forma de cura diante do sofrimento.

O refrão questiona se o parceiro permaneceria ao seu lado “se soubesse que era o fim do mundo”, reforçando o desejo de acolhimento e proteção. Metáforas como “construir uma arca” e “navegar em destroços” ampliam a sensação de caos e sobrevivência, enquanto a menção ao médico “circulando o ralo” expressa frustração com o sistema de saúde e a sensação de abandono. No desfecho, a frase “sei que não é o fim do mundo, mas você pode me buscar às oito? Porque meu tratamento começa hoje” traz a narrativa de volta à realidade, mostrando que, apesar do tom sombrio, há espaço para esperança e continuidade. Assim, Halsey transforma sua dor em uma mensagem universal sobre resiliência, vulnerabilidade e a importância do afeto diante da incerteza.