Mon Gars

Superação e orgulho coletivo em "Mon Gars" de Hesse

"Mon Gars", de Hesse, destaca-se pela mistura de línguas e referências culturais para retratar a luta diária e o orgulho de quem veio de origens humildes. O artista utiliza expressões em crioulo cabo-verdiano, francês e português para reforçar sua identidade multicultural e o ambiente em que cresceu, onde sobreviver e buscar ascensão social são desafios constantes. Trechos como “Kriadu na sélva, nu ka pegadu na kolo / Di bariga diretu pa solo” mostram uma infância marcada por dificuldades e ausência de privilégios, em que cada conquista depende do próprio esforço. A frase “Tipu Messi sen Ballon d'Or” (Como Messi sem Bola de Ouro) expressa a sensação de injustiça e falta de reconhecimento, mesmo diante de talento e dedicação, enquanto “Un pretu sin pratu di aros / Mama sen dadu si valor” evidencia a marginalização e a busca por respeito.

A música também valoriza a irmandade e a coletividade, como em “S'é ka bo, é bu bróda di ladu, pamó nos é”, ressaltando que, mesmo sem recursos, a união é essencial para enfrentar as dificuldades. O refrão “Allez mon gars, kasábi ta bira ça va / Allez mon gars, si N fika riku, é nha kulpa” (Vamos, meu irmão, as coisas vão melhorar / Vamos, meu irmão, se eu ficar rico, é minha culpa) transmite confiança e otimismo, incentivando os parceiros a persistirem, pois o sucesso é visto como fruto do esforço e da resiliência. O verso “Bafatada na sistéma” sugere romper com ciclos negativos e desafiar o sistema opressor, enquanto “Inshallah” traz esperança e fé. Assim, "Mon Gars" se torna um hino de superação, orgulho das raízes e celebração da luta coletiva, usando uma linguagem direta e urbana para inspirar quem compartilha dessa realidade.