Viva Colonia (da Simma Dabei)

Identidade e festa em “Viva Colonia (da Simma Dabei)”

A canção de Höhner mistura fé e farra sem pudor: “glauben an den lieben Gott” (acreditar no bom Deus) convive com a sede de Kölsch, e o convite é inclusivo e urbano. Quando aparecem “Arsch huh” (levanta daí) e o CSD (Christopher Street Day), o refrão vira manifesto de pertencimento: “Da simmer dabei! / Dat is prima! / Viva Colonia!” (Estamos nessa! Isso é ótimo! Viva Colônia!). A melodia pega carona no folclore “Im Wald, da sind die Räuber” (Na floresta, estão os ladrões) e em uma linha tradicional irlandesa, o que explica o apelo em desfiles, bares e estádios — onde a música virou hino não oficial da cidade.

O Kölsch da letra encena identidade como segunda pele: “met ner Pappnas gebore, der Dom en der Täsch” (nascido com um nariz de palhaço, a catedral no bolso) retrata o orgulho local que se leva por toda parte. A rotina vira celebração coletiva: 1. FC Köln e Kölner Haie (KEC), brindes com a cerveja Kölsch, KVB e ícones como Millowitsch e “Henkelmännche” (figura popular de Colônia). A sequência “Kölsche Klüngel” (apadrinhamento local), “Alaaf op Ruusemondaach” (Alaaf na segunda de carnaval) e “Aloha CSD” (olá, CSD) costura tradição e diversidade: “multikulinarisch, multikulturell… auch sexuell” (multiculinário, multicultural… também sexual).

O carpe diem é direto: “Mer lääve hück nit murje” (vivemos hoje, não amanhã) e o desabafo “L.M.A.A.” (que se dane) jogam as preocupações para escanteio porque “a Zick” (o tempo) voa. O efeito é de alegria de viver, camaradagem e liberdade: cada verso aponta para o encontro, e cada volta do refrão reforça o sentimento de estar junto — no bloco, no pub ou no jogo. “Viva Colonia (da Simma Dabei)” soa como convite aberto para entrar na roda, erguer o copo e cantar, celebrando uma Colônia devota, hedonista, plural e presente no agora.