Be

Mitologia e resiliência em "Be" de Hozier diante do caos

Em "Be", Hozier utiliza referências a figuras mitológicas e religiosas, como São Pedro, Atlas e Adão, para criar uma ponte entre crises pessoais e desafios coletivos. Nos versos “When St. Peter loses cool and bars the Gates” (Quando São Pedro perde a calma e fecha os portões) e “When Atlas acts the maggot, makes his arms shake” (Quando Atlas faz besteira e seus braços tremem), o artista retrata um mundo onde até os pilares tradicionais falham. Essa escolha reforça a sensação de colapso das estruturas conhecidas, sugerindo que, diante do caos, a resposta mais genuína é manter-se fiel à própria essência e aos valores fundamentais.

O refrão “Be as you’ve always been” (Seja como você sempre foi) é um chamado à autenticidade e à resiliência, destacando a esperança de que o amor e a integridade pessoal podem ser forças de renovação em tempos difíceis. Ao citar o amor que “descobriu o pecado e libertou o primeiro homem”, Hozier faz referência à história de Adão, mostrando que a capacidade de amar, mesmo diante da imperfeição, é o que permite superar perdas e recomeçar. A música também aborda questões atuais, como a crise dos refugiados e a indiferença social, em versos como “When the bodies starving at the border / Are on TV giving people the sack” (Quando corpos famintos na fronteira / Estão na TV fazendo pessoas perderem o emprego), ampliando a mensagem para a necessidade de compaixão diante do sofrimento coletivo.

A repetição de pedidos como “lover, be good to me” (amor, seja bom para mim) e “be as you’ve always been” reforça o desejo de encontrar constância e bondade em meio à instabilidade. Assim, Hozier propõe que autenticidade, amor e esperança são respostas poderosas diante das adversidades, tanto no âmbito pessoal quanto no coletivo.