Nobody's Soldier

Autonomia e crítica social em “Nobody's Soldier” de Hozier

Em “Nobody's Soldier”, Hozier aborda a recusa em aceitar papéis impostos pela sociedade, especialmente aqueles ligados à guerra e ao comércio. A música critica como as pessoas são pressionadas a servir interesses econômicos ou militares, evidenciado no verso “choose between being a salesman or a soldier” (escolha entre ser um vendedor ou um soldado). O videoclipe reforça essa ideia ao mostrar bonecos de soldados e empresários montados a partir de partes de bonecas, simbolizando a fabricação de pessoas para atender a esses sistemas. Elementos visuais como capacetes com a palavra “PROFIT” (lucro) e sapatos infantis marcados como “COLLATERAL” (colateral) destacam a crítica ao tráfico global de armas e à mercantilização da guerra.

A busca por autonomia aparece claramente em “Honey, I'm taking no orders / Gonna be nobody's soldier” (Querida, não vou receber ordens / Não serei soldado de ninguém), mostrando a rejeição de ordens externas e a vontade de seguir um caminho próprio. O desgaste emocional causado por esse contexto é expresso em “Sick to my skin / Watching the news again / Whatever you choose, you lose out in the long run” (Me sinto mal até a pele / Assistindo ao noticiário de novo / Qualquer escolha que você faça, perde no final), sugerindo que o indivíduo sempre sai prejudicado por um sistema maior. O tom reflexivo e desafiador da música se conecta à apresentação ao vivo no Lollapalooza 2024, quando Hozier fez um apelo por cessar-fogo em Gaza, reforçando o caráter político da canção. Assim, “Nobody's Soldier” se destaca como um manifesto contra a instrumentalização das pessoas em prol do lucro e da violência.