PUPILAS

Memórias e renascimento em "PUPILAS" de HUMBE

Em "PUPILAS", HUMBE usa a imagem das pupilas que se dilatam ao olhar para trás para mostrar como as lembranças do passado continuam presentes e influenciam quem somos, mesmo que não possam ser revividas. O artista destaca que revisitar memórias amplia sua compreensão sobre si mesmo, trazendo à tona tanto a nostalgia quanto a necessidade de seguir adiante. O trecho “Recuerdos en resina / Que no volverán jamás” (Lembranças em resina / Que nunca mais voltarão) reforça a ideia de que certas experiências ficam preservadas, mas inalcançáveis, como insetos presos em âmbar: estão ali, mas não podem ser tocadas novamente.

A música também aborda o peso da herança familiar e o desejo de honrar as gerações anteriores. Isso aparece em versos como “me arreglé / Con el traje de mi abuelo que ajusté / Intenté llenar las botas de mi padre” (me arrumei / Com o terno do meu avô que ajustei / Tentei calçar as botas do meu pai), onde HUMBE mostra o esforço de se encaixar nas expectativas deixadas pelos antepassados, mas também a necessidade de adaptar esses legados à sua própria trajetória. O verso “Abrí el ataúd para mirarme” (Abri o caixão para me olhar) sugere um confronto com antigas versões de si mesmo, indicando que crescer exige deixar partes do passado para trás. A mensagem final, “para renacer hay que enterrarse” (para renascer é preciso se enterrar), resume o tema central: só é possível amadurecer e se reinventar quando se aceita enterrar antigas identidades e abrir espaço para o novo.