Más Linguas

Crítica social e ironia geracional em “Más Linguas”

A música “Más Linguas”, de Itamar Assumpção, aborda de forma irônica os julgamentos que a sociedade faz sobre diferentes fases da vida, especialmente a juventude. O artista utiliza a expressão “bom só depois dos cinquenta” e, em seguida, amplia para “sessenta” e “setenta”, mostrando como a idade considerada ideal é sempre adiada. Essa repetição evidencia o absurdo dos preconceitos etários e sugere que nunca existe um consenso sobre o melhor momento da vida, pois sempre haverá críticas vindas das chamadas “más línguas”.

O tom satírico, típico da Vanguarda Paulista e de Itamar, aparece em versos como “carrega o rei na barriga / acha que tudo domina” e “pensa que a vida é cinema / que passa da câmera lenta”. Nesses trechos, ele ironiza os estereótipos de que os jovens são arrogantes, impulsivos e sonhadores, mas faz isso de maneira leve, sem condenação direta. A música mostra que essas críticas são cíclicas e mudam conforme o tempo passa, questionando a validade de rótulos impostos pela sociedade. Assim, “Más Linguas” faz uma crítica bem-humorada à desvalorização da juventude e à idealização da maturidade, incentivando o ouvinte a refletir sobre esses padrões.