Tens (Calmaria)

A Dualidade do Amor e da Agonia em 'Tens (Calmaria)' de Ivan Lins

A música 'Tens (Calmaria)' de Ivan Lins é uma obra poética que explora a complexidade das relações humanas, especialmente no contexto do amor e da convivência. A letra é rica em metáforas e simbolismos, refletindo a dualidade entre a alegria e a dor, a presença e a ausência, a vida e a morte. Desde o início, a canção estabelece um contraste entre o sorriso e a agonia, sugerindo que a felicidade de um pode ser a causa do sofrimento do outro.

Ivan Lins utiliza uma série de imagens para ilustrar essa dualidade. A festa, a dança e a cantoria representam momentos de celebração e alegria, enquanto a teimosia e o silêncio indicam resistência e introspecção. A presença de elementos como a faca e o queijo, a noite e o dia, reforça a ideia de que a vida é composta por opostos que coexistem e se complementam. A letra também aborda a ironia e a melodia da dor, sugerindo que até mesmo o sofrimento pode ter uma beleza intrínseca.

O verso final, 'Mas só na minha morte então terás tua calmaria', é particularmente impactante. Ele sugere que a verdadeira paz ou calmaria só será alcançada com o fim da vida, enfatizando a ideia de que a convivência humana é inevitavelmente marcada por conflitos e tensões. A música, portanto, é uma reflexão profunda sobre a natureza das relações e a busca incessante por equilíbrio e harmonia, mesmo que isso só seja possível em um estado de ausência total, como a morte.