Lets Get Married

Compromisso real em “Lets Get Married”, do Jagged Edge

O pedido em “Lets Get Married”, lançada em 2000 no álbum J.E. Heartbreak, é direto e maduro: “We ain’t getting no younger” (A gente não está ficando mais novo). O eu lírico olha para “all these years we’ve put in this relationship” (todos esses anos que investimos neste relacionamento), admite o receio de perder a parceira e chama sem rodeios: “Meet me at the altar in your white dress” (Me encontre no altar com seu vestido branco). A narrativa nasce da franqueza — “I’m a be real and say what’s on my heart” (Vou ser sincero e dizer o que está no meu coração) —, corta a procrastinação — “we might as well do it” (é melhor a gente fazer logo) — e projeta futuro — “maybe us having some babies” (talvez a gente tenha uns filhos). O foco é transformar tempo em compromisso, priorizando estabilidade em vez de baladas e conquistas passageiras.

A virada aparece em “Said I done it all / I’m tired of this emptiness” (Disse que já fiz de tudo / Estou cansado desse vazio) e em “making love to just anyone ain’t happening” (fazer amor com qualquer pessoa não vai rolar): não é impulso, é escolha por casa, rotina e exclusividade. A So So Def Remix com Reverend Run amplia a confissão para uma celebração sem perder o propósito, adicionando símbolos de formalização — “Mrs Simmons” (Sra. Simmons), a imagem de “preacher’s wife” (esposa de pastor) e a “aliança com o rock” — além da energia de “It’s Like That”, que levou a faixa à pista mantendo a mensagem. No clipe, com Fredro Starr, a hesitação antes do “sim” vira imagem da passagem do medo à decisão, alinhada ao refrão que pede para não deixar o momento escapar. Assim, a canção virou trilha de casamentos ao lado de “Ribbon in the Sky”: romântica, realista e com senso de urgência.