Jardins da Babilônia (part. Julia Mestre)

Releitura de "Jardins da Babilônia" destaca liberdade e resistência

"Jardins da Babilônia (part. Julia Mestre)", na interpretação de Jão e Julia Mestre, traz de volta o tom irreverente e contestador de Rita Lee, mas com uma energia atualizada para dialogar com o público de hoje. A letra utiliza a imagem dos "jardins suspensos da Babilônia" para simbolizar sonhos e desejos que ficam em suspenso ou são interrompidos. Quando diz "suspenderam os jardins da Babilônia / E eu, pra não ficar por baixo, resolvi botar as asas pra fora", a música sugere que, diante de obstáculos, a melhor resposta é buscar liberdade e autenticidade, sem se deixar abater.

A canção também faz uso de ditados populares e frases de resistência, como "quem não chora dali, não mama daqui" e "quem pode, pode, deixa os acomodados que se incomodem", reforçando a ideia de não aceitar passivamente as regras impostas. O verso "minha saúde não é de ferro, não / mas meus nervos são de aço" mostra vulnerabilidade, mas também força para enfrentar dificuldades. Ao mencionar o circo e o espetáculo – "pegar fogo nunca foi atração de circo / mas, de qualquer maneira, pode ser um caloroso espetáculo" –, a letra ironiza como situações caóticas podem se transformar em momentos de superação. A escolha da música como tema de abertura da novela "Família é Tudo" reforça essa mensagem de resiliência e autenticidade, conectando o clássico de Rita Lee a novas gerações sem perder seu caráter provocador.