A Escondidas

Memória e saudade em "A Escondidas" de Jhorvis Corrales

A música "A Escondidas", de Jhorvis Corrales, aborda como a lembrança de um amor perdido pode ser mantida em segredo como forma de consolo. O título e o verso “aunque hayan sido escondidas” (“mesmo que tenham sido escondidas”) mostram que o sentimento persiste de maneira íntima, mesmo após o fim do relacionamento. O narrador guarda a memória do amor, sem poder expressá-la abertamente, o que reforça o tom reservado da canção.

A letra tem um tom confessional e melancólico, especialmente quando o narrador admite culpa e arrependimento: “Yo reconozco que tuviste la razón / De que cometí un error, perdóname vida mía” (“Eu reconheço que você tinha razão / Que cometi um erro, me perdoe, minha vida”). Apesar de aceitar a separação, ele revela que não consegue se desvincular emocionalmente, como em “yo te seguiré queriendo por el resto de mis días” (“eu continuarei te amando pelo resto dos meus dias”). A instrumentação típica da música llanera reforça o clima de nostalgia e saudade, remetendo ao ambiente das planícies venezuelanas, onde temas como solidão e apego ao passado são frequentes.

A luta entre razão e emoção aparece em versos como “Corazoncito, por favor, no insistas más / Que tenemos que aceptar que perdimos la partida” (“Coraçãzinho, por favor, não insista mais / Temos que aceitar que perdemos o jogo”). O narrador tenta seguir em frente, mas admite a dificuldade de superar a perda. Expressões como “me pongo desesperado por tener tu compañía” (“fico desesperado por ter sua companhia”) e “verme en completa agonía” (“me ver em completa agonia”) evidenciam o sofrimento causado pela ausência da pessoa amada. Assim, "A Escondidas" explora a dificuldade de aceitar o fim, mantendo, mesmo em segredo, a esperança e o carinho por um amor marcante.