What We On (feat. Don Toliver)

Desejo e vulnerabilidade em "What We On (feat. Don Toliver)"

"What We On (feat. Don Toliver)", de JID, destaca-se por unir desejo, ostentação e vulnerabilidade emocional em uma atmosfera noturna e descontraída. O refrão, com versos como “what you be on” e “'cause we on” (o que você está fazendo / porque nós estamos ligados), sugere um jogo de sedução e status, onde estar "on" representa viver intensamente, aproveitar festas e, possivelmente, o uso de substâncias para manter esse ritmo. A colaboração entre JID e Don Toliver reforça esse clima de festa e excessos, mas também traz momentos de introspecção.

A letra explora o contraste entre prazeres imediatos e a busca por algo mais profundo. Trechos como “Took a dose of it and it got me weak” (tomei uma dose disso e fiquei fraco) e “I'm sippin' the cup, I rinse and repeat / I sin and repent, I sin and repeat” (estou bebendo no copo, repito e repito / eu peco e me arrependo, peco e repito) mostram um ciclo de indulgência e arrependimento, sugerindo que o que mantém os personagens "on" também serve como fuga ou tentativa de preencher vazios. A referência a “Shawty Senegalese, a sister / And she want me to be her mister” (garota senegalesa, uma irmã / e ela quer que eu seja o cara dela) traz diversidade e desejo, mas logo é contraposta pela recusa de envolvimento emocional. O verso “Like it's Adam and Eve, I probably done seen the picture” (como se fosse Adão e Eva, provavelmente já vi essa cena) brinca com a ideia de tentação e repetição de erros, enquanto “buildin' a new Earth with new curse” (construindo uma nova Terra com uma nova maldição) sugere uma busca por renovação ou sentido, mesmo em meio aos excessos.

Assim, a música fala sobre viver o presente de forma intensa, aproveitando prazeres e festas, mas sem ignorar a sensação de que tudo isso pode ser passageiro ou vazio. A produção marcante e a química entre JID e Don Toliver reforçam essa dualidade entre grandiosidade e efemeridade, como uma noite que parece não ter fim, mas que inevitavelmente chega ao amanhecer.