Hermana Duda

A Dualidade da Dúvida em 'Hermana Duda' de Jorge Drexler

A música 'Hermana Duda' de Jorge Drexler explora a complexa relação do eu lírico com a dúvida, personificada como uma 'irmã'. A letra começa com uma confissão de vulnerabilidade: 'No tengo a quien rezarle pidiendo luz, Ando tanteando el espacio a ciegas'. Aqui, Drexler expressa a sensação de estar perdido e sem orientação, uma metáfora para a busca de respostas em meio à incerteza. A dúvida é apresentada não como um inimigo, mas como uma companheira constante, uma 'jardinera de mis dilemas'.

A repetição do refrão 'Hermana duda, pasarán los años, cambiarán las modas, vendrán otras guerras, perderán los mismos' sugere que, apesar das mudanças inevitáveis no mundo, a dúvida permanece. Drexler reconhece que a dúvida é uma parte intrínseca da vida, algo que persiste independentemente das circunstâncias externas. No entanto, ele também pede um alívio temporário: 'Pero esta noche, hermana duda, dame un respiro'. Este pedido de trégua revela a exaustão emocional que a dúvida constante pode causar.

A música também aborda a responsabilidade pessoal: 'No tengo a quien culpar que no sea yo, con mi reguero de cabos sueltos'. Drexler admite que os problemas e incertezas que enfrenta são, em grande parte, de sua própria criação. Ele não se queixa, mas tenta lidar com isso da melhor maneira possível. A dúvida, então, é vista como uma força que o mantém honesto e introspectivo, mordendo sua língua e forçando-o a confrontar suas próprias falhas. 'Hermana Duda' é uma reflexão poética sobre a inevitabilidade da dúvida e a necessidade de encontrar um equilíbrio entre aceitá-la e buscar momentos de paz.