Oración Del Remanso

Fé e resiliência em "Oración Del Remanso" de Jorge Fandermole

Em "Oración Del Remanso", Jorge Fandermole retrata a vida dos pescadores do Remanso Valerio, destacando sua religiosidade e vulnerabilidade diante das dificuldades impostas pela pobreza e pelo ambiente. A invocação ao “Cristo de las redes” mostra como a fé é um refúgio para a comunidade, que pede: “No nos abandones / Y en los espineles / Déjanos tus dones” (Não nos abandone / E nas linhas de pesca / Deixe-nos seus dons). Esse pedido está ligado ao contexto histórico do local, onde a imagem religiosa foi erguida como proteção diante das adversidades causadas pelo crescimento urbano e pelas mudanças no ecossistema do rio Paraná.

A canção cria uma atmosfera serena e melancólica ao descrever a rotina simples e difícil do pescador, cuja vida está profundamente conectada ao rio, fonte de sustento e de incertezas. Metáforas como “Tengo el color del río / Y su misma voz en mi canto sigo” (Tenho a cor do rio / E sigo com sua mesma voz em meu canto) e “el reposo vertiginoso / Del espinel” (o repouso vertiginoso / da linha de pesca) reforçam essa ligação entre homem e natureza. O verso “No pienses que nos perdiste / Es que la pobreza nos pone tristes” (Não pense que nos perdeu / É que a pobreza nos deixa tristes) evidencia o impacto social e emocional da pobreza. No final, o pedido “agua del río viejo / Llevate pronto este canto lejos” (água do velho rio / Leve logo este canto para longe) transforma a música em uma oração de esperança, desejando que a mensagem de resiliência alcance outros, especialmente em tempos de crise, como durante a pandemia.